sábado, 23 de outubro de 2010

Viciada nas cores

Eu que sempre lhe vi como uma folha em branco, sem graça, havia me esquecido de que o branco é o mais repleto de cor. Nunca lhe olhei tão fixamente como agora para lhe reparar em meio de uma multidão, essa multidão que me chama a atenção, mas nada comparado à necessidade que meus olhos agora têm de lhe encontrar. Vasculho cada recinto a sua procura, mesmo sendo lugares os quais sua presença seria impossível, sempre lhe encontro perambulando pelos meus pensamentos desregrados e mal educados que tentam invadir sua vida e imaginar o que você estaria fazendo. Se há tempos atrás me dissessem que me perderia por você, simplesmente diria: hilário. Mas se há tempos eu soubesse o quanto vangloriaria seu sorriso, eu certamente teria inventado piadas para ver você sorrir. Vamos lá, me deixe ver o que sua íris negra camufla, me deixe escutar a sua voz que me entorpece. Quem sabe um dia você também me note, encontre cores em mim que nem sei que existem. Quem sabe me lamentarei um dia por nunca ter lhe contado sobre esse vício que você se tornou para mim, por medo, receio ou orgulho, já que notei que a sem graça de nós dois sou eu.
Giulia Campanha

3 comentários:

Quarto Indigno disse...

Oi a Jessica passou sei blog..Gostei muito do texto, sempre que der vou voltar aqui pra ver as novas postagens.
Ja estou seguindo e se vc puder dar uma olhada la no Quarto Indigno ficarei grata Beijoo!

Fabricio disse...

Parabéns pelo texto, Julia. Muito bom e expressivo. Gosto de me arriscar em divagações também (mani de quem fez Letras rsrs).
Achei uma indicação pro seu site (acho que de uma prima sua) em outro blog e resolvi conhecer e gostei muito. Voltarei mais vezes!

Fabrício

Onofletica disse...

Perfeito, eu realmente me encontrei nas palavras, meus sentimentos estão aí perdidos nesse texto. Como isso é possível? Você realmente escreve bem.