sábado, 23 de outubro de 2010

Viciada nas cores

Eu que sempre lhe vi como uma folha em branco, sem graça, havia me esquecido de que o branco é o mais repleto de cor. Nunca lhe olhei tão fixamente como agora para lhe reparar em meio de uma multidão, essa multidão que me chama a atenção, mas nada comparado à necessidade que meus olhos agora têm de lhe encontrar. Vasculho cada recinto a sua procura, mesmo sendo lugares os quais sua presença seria impossível, sempre lhe encontro perambulando pelos meus pensamentos desregrados e mal educados que tentam invadir sua vida e imaginar o que você estaria fazendo. Se há tempos atrás me dissessem que me perderia por você, simplesmente diria: hilário. Mas se há tempos eu soubesse o quanto vangloriaria seu sorriso, eu certamente teria inventado piadas para ver você sorrir. Vamos lá, me deixe ver o que sua íris negra camufla, me deixe escutar a sua voz que me entorpece. Quem sabe um dia você também me note, encontre cores em mim que nem sei que existem. Quem sabe me lamentarei um dia por nunca ter lhe contado sobre esse vício que você se tornou para mim, por medo, receio ou orgulho, já que notei que a sem graça de nós dois sou eu.
Giulia Campanha

domingo, 17 de outubro de 2010

Entre mentiras, escuridão e clareza

Quero fechar os olhos e me iludir achando que a escuridão a qual me entrego é mais confortante e menos aterrorizante do que a clara realidade que me cerca.


Por favor, entenda, é mais fácil para o humano esconder essa realidade no escuro do que vive-la intensamente quando tudo parece desmoronar. Essas almas fracas que por tão pouco se dizem exauridas e por tão pouco já gritam vitória, pobre almas.

Como todos encontram conforto na escuridão? A escuridão sempre me pareceu tão assustadora e angustiante, como a consciência se sente satisfeita na escuridão? Como conseguimos tapear a consciência?

Tudo bem, vamos tapear a vida, mas a morte não se tapeia e ninguém quer chegar no momento da verdade sabendo que viveu uma mentira.

Apesar de os querer fechados manterei meus olhos abertos.

Giulia Campanha

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Caminhando

Lá estava ele: expressão cansada, corpo fadigado, alma agitada, coração esperançoso. Seguia andando, mesmo estando exaurido por culpa do extenso caminho que já tinha trilhado, mas insistentemente andava e buscava. Buscava alguém cuja face ele desconhecia, cujo perfume ele nunca sentira, cuja pele ele nunca tocara, mas por esse alguém o coração esperançoso disparava. Já maltrapilho de cabelos desgrenhados, aparentando ser mendigo, era rico em saudades. Saudades de uma desconhecida que só por existir o enriquecia de forças para seguir caminhando. Caminhava e seguia sua vida incompleta pelo mundo afora, tudo isso por alguém que desconhecia a existência daquele homem, os traços, nunca vira aquela face por ela cansada e saudades daquele coração esperançoso não sentia.

Giulia Campanha

Ps: Socorro com o botão de retweet, acho que coloquei errado kkkkk perdão a todos pela minha ignorância neste quesito

sábado, 2 de outubro de 2010

Só para agraceder

Comecei a escrever como forma de amenizar minhas dores, meus mais temidos e escondidos amores, minhas mais salgadas e ardentes lágrimas, queria expressar meus mais incríveis e inesquecíveis momentos de clareza e felicidade. Comecei tentando escrever canções, mas elas ficaram sem rima e sonoridade, pensei em talvez os transformar em poemas, mas não havia simetria em absolutamente nenhum deles, quis que se transformassem então em simples desabafos e anotações dos meus dias marcados por diferentes anseios. Eu optava por escrever e nunca mais reler, optava por registrar aqueles sentimentos apenas para fugir da insanidade.

Um dia resolvi passar por cima do meu ideal de escrever e jogar fora, reli e conclui que eram canções sem ritmo e sem sonoridade que só eu sabia cantar, poemas que só eu sabia como declamar, sentimentos profundos que só eu sabia conte-los e só eu sabia como era conviver com estes. A pedido das minhas amigas, as quais eu admiro, fiz este blog cujos textos me abriram muitas portas após passarem a serem conhecidos por alguém além de mim.

Gostaria de agradecer a estas amigas que me incentivaram, as pessoas que lêem os textos, as pessoas que gostam e divulgam e as pessoas que tentam me ajudar para um futuro na escrita, fui convidada para escrever um artigo no jornal. Essas portas abertas e o reconhecimento pela minha escrita me trouxeram um novo estado de espírito, mais solto, mais incentivado e sem dúvidas, mais feliz.

Muito Obrigada

Giulia Campanha