segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Cicatrizes


Feridas no peito que são suturadas podem ser abertas, a tesoura não precisa ser muito afiada para que lembremos como a ferida arde, dói e incomoda, não precisa de muito para reviver a dor latejante do coração e alma rasgados. Tudo que é necessário para se cortar a linha que mantém uma ferida fechada é a memória, cujas lembranças não podem ser apagadas ou para sempre perdidas, apenas podem ser engavetadas, mas toda gaveta tem seu momento de ser aberta mesmo que não seja por você ou alguém que te ame, qualquer desconhecido ou mal intencionado abre a gaveta te arrancando um grito agoniado. Pense duas vezes antes de ferir alguém achando que uma linha, apelidada de Tempo, conserta tudo. Espero que alguém sussurre palavras mágicas no meu ouvido para que minha ferida cicatrize, afinal, é melhor acariciar a minha pele e notar a cicatriz do que tocar a ferida e a angustia retornar.
Giulia Campanha

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Máscara Frigida

Essa máscara que cobre seu semblante, mas não oculta seus olhos tão significativos, não é eficaz com quem lhe ama. A máscara parece frígida, mas os olhos queimam, a máscara se mostra desinteressada, mas os olhos são especulativos e temem e amam seu redor. A máscara que cobre o sorriso, que seca as lágrimas, que enrijece a face e barra as palavras em contraste com os olhos que o sorriso escondido faz cintilarem, que as lágrimas molham, que a confusão da alma faz com que o negro da íris pareça profundo. Só quem lhe ama poder ver seus olhos, desde que você os mantenha abertos.
Giulia Campanha

domingo, 19 de setembro de 2010

Nem Tudo Na Foto

Fotografe este beijo tão intenso, a minha pele arrepiada, meu corpo entrelaçado ao dele, pode parecer uma foto comum, mas só eu quando admirar essa fotografia saberei como meu coração oscilava ou as moléculas do meu corpo dançavam com cada movimento do corpo dele. Passaram longe da lente da câmera os detalhes que fizeram deste momento excepcional, pode fotografar, não importa que digam ser uma imagem banal ou corriqueira, eu estava lá. Ele temendo ser nosso ultimo encontro, eu duvidosa se o sentimento era real, você simplesmente observando e fotografando, julgando o que não poderia ver. Confusos e massacrados pelo medo das surpresas do futuro tudo quer queríamos era mais uma vez estar juntos, mas você sempre fotografando e transformando algo sublime em um erro surreal. A fotografia logo se espalha e passa por todos os olhares de críticos rigorosos que se acham respeitosos, mas eles têm mentes insanas e desregradas como você. Cuidado fotógrafo, os críticos também tem máquinas e você não se torna imune a elas por fazer ou ter feito um dia o uso de uma.

Giulia Campanha

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Minha Querida Charada

Se o acaso me levar a você, prometo fazer com que o segundo encontro seja por querer, já que lhe aguardo desde a tempos atrás, quando passei a pensar na sua existência, nas suas possíveis perfeições e nos seus possíveis defeitos perfeitos. Já lhe encontrei algumas vezes, mas você não sabe, eram simplesmente devaneios onde sua face era uma interrogação e eu me colocava diante de um jogo de adivinhação sobre suas incomodas manias que eu irei admirar. Querido desconhecido amante aguardo a todo o momento com ansiedade e extrema curiosidade o seu toque que fará minha pele ter tolos arrepios, sua voz que será meu chamado, seu coração que será minha bateria. Não demore minha querida Charada, tenho medo de jamais encontrar a resposta, já que no mundo ainda há mistérios nunca desvendados.

Giulia Campanha

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Quis...

Lutei para gritar felicidade, mas saiu como um sussurro quando brotou uma pequena dificuldade, quis que a esperança revogasse, que o mundo desabasse, que a Terra brecasse e deixasse de girar, quis que a vida fosse breve, que o mundo fosse bomba, que o rancor me corroesse, quis entender o porquê de todo empenho ser em vão, todas as desculpas terem quantidade, todo amor ter limite, toda beleza ter validade, quis encontrar alguma compaixão, achar uma nova religião, andar sempre na contra-mão, quis desistir de ser alguém, de procurar a lucidez e entender minha missão. Percebi que não tinha procurado saber até onde minha compaixão e meu amor por mim mesma iria, e agora sei que não tenho dimensão.


Giulia Campanha

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Perdoe-me

Desculpe por não ser quem você quer que eu me torne, por não recitar os soberbos versos que você queria escutar, por não ser forte o bastante para não omitir, por não relevar os erros (meus, seus ou deles), por não querer seguir sem rumo, por não saber discernir o sensato do censurável, por deixar que as sombras me cubram e os problemas me abranjam, por não ter asas para lhe levar o que você precisar ou aonde você desejar ir, por não saber as melhores piadas para lhe arrancar um sorriso, por ter lhe feito passar vergonha com alguma imaturidade, por não lhe compreender em todos os pontos para que apenas você se inche de satisfação, por não conter mais energias, por ser muito rígida com o perdão, perdoe-me por ser humana,assim como você.

Giulia Campanha

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Delírios

Vejo nuvens em contraste com os raios de sol, ouço a harmonia dos pássaros cantando, sinto uma tranquilidade que deixa meu espírito completamente relaxado, sorrio para o nada como se tudo estivesse bem. Como desvendo esse mistério? Já sei, estou com febre.

Ps: estou sumida por culpa de uma gripe horrível e estou me sentindo na Califórnia a 39°C e tremendo como se estivesse a 0°C

Giulia Campanha

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Apelidado de: Minha Canção

Eu procurava um apelido para lhe chamar, pensei em talvez lhe chamar de minha vida, mas uma vida é pouco de mais para o tamanho desse amor, eu precisaria de algo mais duradouro e então pensei no vento que parece nunca deixar de existir, mas cheguei à conclusão de que o vento não tem forças para atravessar montanhas e esse amor atravessaria cordilheiras, preciso de algo mais forte, pensei em lhe chamar de alma, mas como chamá-lo de algo tão abstrato se você é tão concreto? Vasculhei minha mente e do âmago do meu ser cheguei à conclusão que você é como uma canção, é o barulho do meu coração oscilante misturado a minha respiração inconstante ao lhe ver, essa canção tem um ritmo só nosso e só nós sabemos dançar conforme a música. A canção atravessa anos a fio e sendo abstrata ou não, atravessa gerações. Posso cantar essa canção alta, baixinha ou apenas em pensamento. Marcará minha vida, será carregada pelo vento e eu a terei na alma.

Giulia Campanha

domingo, 5 de setembro de 2010

Família do amor

O Amor tem uma família muito grande, é irmão da saudade, primo do apoio, filho da confiança com o carinho, casado com a alegria, pai da convivência e amante da decepção.

Giulia Campanha

sábado, 4 de setembro de 2010

watch and listen

Gigante, pequeno em tamanho, enorme em espírito e determinação, pode ou não ter várias palavras na ponta da língua, o que importa é que quando disser algo a você ele saberá exatamente quais mexerão contigo. Os gigantes as vezes então escondidos em lugares inimagináveis, como duendes, basta parar para notá-los. Gigantes são como qualquer um, não espere que sua força passe a impressão de super poderes, eles tem medos e desesperos, se sentem ignorados e totalmente frágeis. Gigantes gritam coragem mas pedem socorro, gritam alegria mas se desmancham em lágrimas, gritam forças mas ficam fracos e caem.O que você realmente precisa é saber que eles são humanos, estão disfarçados de pais, primos, tios, amigos, colegas, conhecidos ou desconhecidos, então os escute quando eles sussurrarem: amor

Giulia Campanha

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Alma Abalada

Grite alma carente, aborrecida com tantos problemas, desencontros de conceitos são apenas mínimas dúvidas do subconsciente. Lute alma cansada, porque muito trabalho o futuro lhe reserva, tristeza em cada direção é algo que lhe fará se sentir impotente. Corra alma desesperada, que no fim do túnel há felicidade, bons momentos vêm acompanhados da mais dura realidade


Giulia Campanha

Regresso

Por que há tanta maldade em meio a bondade? Porque o dinheiro supera o caráter. Por que preferem força à inteligência? Porque a dor do outro é considerada triunfo. Por que há tanta criminalidade? Porque transformam a injustiça do destino em revolta contra a sociedade. Por que a sociedade está regredindo? Porque esqueceram que foi a união que os fez sobreviver

Giulia Campanha

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Debate


Conversa entre as pessoas e a Justiça


-Vocês não me deixam participar de suas vidas- grita a justiça

-Você está presente em nossas vidas o tempo todo- respondem firmes as pessoas

Justiça fica irritada com a afirmação das pessoas e responde:

- Se fosse verdade não haveria tanto sofrimento e tanta maldade.

-Mas você nem sempre é benéfica e é irmã da opinião, nós lhe criamos e damos a você sentidos variados, vai de acordo com os pensamentos de cada um

Justiça sente-se zombada e responde inchada de orgulho:

-Mas vocês me seguem, julgam uns aos outros baseados em mim, sem mim não há ordem

-Um dos defeitos humanos é querer usá-la todo o tempo, somos extremistas e nem sempre conhecemos os fatos para fazermos jus ao usarmos do seu nome, Justiça. Juridicamente você nasceu de uma opinião conjunta de uma massa de pessoas que recebem o direito de julgar o certo e o errado.

Fica dito, justiça caminha junto à opinião de cada um e é de acordo com a realidade de cada pessoa: o pobre vê injustiça na riqueza, o rico vê justiça através do dinheiro, o doente vê injustiça no destino e os saudáveis vêm injustiça em tudo.

Nunca julgue o escuro e do mesmo modo nunca julgue o claro quando estiver de olhos vendados.

E o mais engraçado disso tudo é que sempre digo querer estudar Direito para quem sabe fazer justiça no mundo

Giulia Campanha